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Laranja Barco - Respirar a Cores!


..e de sacola pendurada no ombro, ainda no encalço do incógnito, depois da chuva egoísta e parca e já no meio de tanta gente, vão as sandálias de encontro ao tronco, a meias com a sacola, dando pequenos toques para lhe lembrar que continua descalça. Gente e mais gente, como gaivotas em terra a parecerem não ter destino, e no entanto estão todas viradas para um só lado, com uma só cara, um propósito. ..esperam, fim de dia, de céu nublado de azul cinza e restos de dourado, onde a maresia em brisa não chega para acordar..o calor das vagas do dia calorento tem ainda chamas..e é por isso ou porque choveu, que o vestido impede os livres movimentos, ao ponto de cegar a vista de rio levando-a para pensamentos tão densos quanto longínquos.


Longe vem a mancha que se aproxima e agiganta, difusa, num mar de neblina enrubescida pelo pôr de sol. Rompe as amarras de um qualquer manipulador de marionetas para sair em revelação do Tejo, que hoje mais do que algum dia se lembra, destila maresia de algas, peixe e todas as réstias de espuma e ondas antigas, que só o mar ancestral pode reunir.

Aquele mar que sempre a incomodou em sonhos suados de medo, de adivinha desconhecida, escuro níquel, que a envolve numa massa densa, que ultrapassa a liquidez e se densifica como uma geleia constante de movimentos ondulantes e incertos e, que a leva consigo à tona de água..para onde?

Esse mar é o mar que jaz a seu pés e nos pés do Tejo, esse mar que começa e que não desvenda a aventura do outro lado ..agora vem o barco da escolha!

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